Sexta-feira, 09 de Dezembro de 1983, ao ouvir gritos de “pega ladrão”, quando passava pela Rua Senador Paulo Egydio, no centro de São Paulo, o Procurador do Estado Jeferson de Azevedo Figueira, atracou-se com o menino JOILSON DE JESUS, 15 ANOS, que fugia de um grupo de pessoas que o acusava de ter roubado uma corrente de ouro. Nos momentos que se seguiram, segundo relato das testemunhas, Jeferson de Azevedo Figueira derrubou o garoto e espancou-o até matá-lo, colocando o seu corpo já sem vida em um banco de praça próximo ao local do fatídico crime, conforme relataram as testemunhas do fato.

Á época dos fatos, o Promotor fora condenado pela morte do garoto a quatro anos de prisão domiciliar, pena que lhe permitiu ter uma rotina praticamente normal, trabalhando e vivendo como antes, alegando, para provar sua inocência que a morte do rapaz fora acidental.

Segundo o laudo pericial, JOILSON DE JESUS, que estava há dois dias sem comer, morreu asfixiado, em consequência de uma luxação na coluna vertebral, que comprimiu seu pescoço e o impediu de respirar. A morte de JOILSON transformou-se num fenômeno de opinião pública que começou logo a ser esquecido. Num protesto realizado no dia seguinte ao crime, um grupo de pessoas ligadas à Pastoral do Menor foi depositar flores no banco da praça em que o corpo de Joilson fora colocado, as quais foram agredidas por uma saraivada de bagaços de laranja atiradas por comerciantes e transeuntes. Ele davam apoio à reação do procurador contra o garoto, que, a seus olhos, no papel de “trombadinha”, não merecia outro tratamento. Uma semana depois, o MOVIMENTO EM DEFESA DO MENOR inaugurou uma pira no Largo São Francisco, perto do local onde o garoto morreu. A corrente de ouro que JOILSON DE JESUS teria roubado nunca apareceu. Nenhum vítima aparecera na polícia para queixar-se de tê-la perdido nem há testemunhas que afirmem ter visto Joilson arrancando a correntinha do pescoço de alguém. Todavia, tal fato ocorreu devida a extrema condição de vulnerabilidade social em que vivia o menino Joilson de Jesus e do total descaso das autoridades em promover politicas pública  eficiente para conter tal fato.

A origem da Ação Social Comunitária do Lageado “Joilson de Jesus” firma-se em 1º de fevereiro de 1966. Nessa data, o Padre José Maria Liborio Camino Saracho, funda a Ação Comunitária Paroquial de Guaianases, iniciando diversas atividades atingindo as diferentes faixas etárias.

Trabalhando com jovens e adultos, forma um grupo de duzentos voluntários. Com esse grupo, dá início ao atendimento de crianças e, em seguida, ao de adolescentes. Com seu grupo de catequistas voluntários, diversos serviços vão se realizando: para os doentes é providenciada uma sala na Igreja Santa Cruz, onde um casal de médicos da comunidade dá plantão, atende os doentes e distribui medicamentos. Para as crianças na faixa de 3 a 6 anos é fundado o Jardim de Infância João XXIII, o primeiro na região, que começa com 160 crianças em regime de semi-internato.

A OSC tinha neste momento como fonte de captação de recursos a Legião Brasileira de Assistência, a LBA, doações de benfeitores, e festas beneficentes. Com o primeiro convênio (1966) a Entidade passa a receber recursos da Prefeitura do Município de São Paulo. Com esse suporte financeiro é ampliado o atendimento e parte do grupo de voluntários passa a ser contratado no regime da CLT. Com a orientação do supervisor Mario Bragio, Pedagogo da Prefeitura do Município de São Paulo, é fundado em Guaianases o primeiro núcleo de OSEM conveniado, que funciona nas dependências da igreja São Benedito. Paralelamente a esses convênios, cresce o atendimento oferecido pela Creche João XXIII, de 160 para 200 crianças de 3 anos a 6 anos e 11 meses, posteriormente, para 260; em seguida para 300 crianças na faixa etária de 2  a 6 anos e 11 meses.

Com a mudança do Presidente da Entidade, em 1987, a Ação Comunitária Paroquial de Guaianases que atende entre outras atividades, 970 crianças e adolescentes, com o novo Presidente, Pe. Mario Minuti passa a denominar-se Ação Social Comunitária do Lageado “Joilson de Jesus”, que dá continuidade ao atendimento conveniado. Neste mesmo período são rescindidos os convênios existentes na Igreja São Benedito, na Cohab Prestes Maia, na Pedreira e na Serra d’Água.

É, então, que o Pe Jorge Gagliane Caputo (in memoriam), com a ajuda de uma comunidade da Itália, inicia com audácia a construção de uma Casa para atender Crianças e Adolescentes na Vila 1º de outubro. Nessa área de ocupação é construída a Casa dos Meninos I, com capacidade para 120 crianças e adolescentes, que as recebem como presente de Natal em 1987. Neste Período o Trabalho era desenvolvido por voluntários em parceria com o SENAI e a FÓS (Federação de Obras Sociais).

Com a crescente demanda, crescia também a violência contra a criança e o adolescente, uma casa era pouco; novamente Pe. Jorge Gagliane Caputo e seus amigos Italianos constroem mais uma Casa, e desta vez no Jardim Etelvina no mesmo Distrito, um lugar de difícil acesso, totalmente abandonado, mas escolhido pelo ardor missionário de Pe. Jorge, que deu de presente para as crianças e adolescentes a Casa dos Meninos II inaugurada em 1989, período este que firma-se o Convenio com a P.M.S.P, para a Casa dos Meninos I.

 Em 1990 após muita luta a Casa dos Meninos II é reconhecida como um aditamento da Casa dos Meninos I onde é desenvolvido o Projeto de NSE (Núcleo Sócio Educativo), somando nas duas Casas 510 Crianças e Adolescentes.

No mesmo ano, a Creche João XXIII, amplia seu atendimento para 400 crianças na faixa etária de 2 a 6 anos e 11 meses; Em 1993, amplia o atendimento para 500 crianças na faixa etária de 1 ano a 6 anos e 11 meses; em 2001 passa a atender a faixa etária de 1 ano a 3 anos e 11 meses. Em 1994 a Entidade, celebra mais um convênio com a PMSP, na divisa do Município de São Paulo com Ferraz de Vasconcelos, na Vila Lourdes e é inaugurada a Creche Nossa Senhora de Lourdes, que dá atendimento a 170 crianças de 0 a 6 anos a 11 meses.

Em 1998,  a OSC firma uma parceria com o GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, com o Projeto Municipalizado, (Projeto Sócio Educativo em Meio Aberto), oferecendo a permanência nos núcleos à Adolescentes acima de 15 anos, atendendo um total de 120 adolescentes na faixa etária de 15 a 24 anos, sendo 100 Adolescentes e Jovens na Casa dos Meninos I e 20 Adolescentes e Jovens na Casa dos Meninos II; já que a parceria com a P.M.S.P, tinha um limite de idade de 14.11 meses, e após essa idade os adolescentes voltariam para as ruas em contato com os riscos sociais e a marginalidade. Em 2000, novas oportunidades nos são oferecidas para os Jovens em situação de risco e vulnerabilidade social de nossa comunidade; Projetos como o Agente Jovem, com o objetivo de resgatar a autoestima, estimular o protagonismo juvenil e o exercício de sua cidadania; preparando-os para atuação na comunidade local, ou para o mundo do trabalho. O trabalho foi tão positivo com o Agente Jovem, que em 2002 ampliamos o atendimento para 100 Jovens, ainda mantido pelo GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO; Este Projeto e executado atualmente em 2018 com  a Nomenclatura Centro para Juventude , supervisionado pela SAS Guaianases (Coordenadoria de Assistência Social), para 120 adolescentes e jovens na Casa dos Meninos I e 60 Adolescentes e Jovens entre 15 e 17 anos e 11 meses na Casa dos Meninos II; Ainda no ano de 2000 esta OSC abriu suas portas para Cadastros do Renda Mínima, Bolsa Trabalho e Começar de Novo, realizado por Técnicos da Secretaria da Assistência Social.

Com o Crescente número de moradores, faz-se necessário novas parcerias nasce o PETI (Projeto de Erradicação do Trabalho Infantil), que vem atender Crianças e Adolescentes em situação de trabalhos considerado, penosos, insalubres e degradantes.